Brasileirão D2 | “O principal fator é a qualidade técnica”, conta o quarterback do Pumpkins sobre vaga no mata-mata

Além das expectativas para os playoffs, jogador comentou sobre a preparação para os jogos

Equipe da capital gaúcha é líder invicta do grupo B com 3 vitórias – Foto: Pumpkins/Instagram/Divulgação

O Porto Alegre Pumpkins é o primeiro time classificado para o mata-mata do Campeonato Brasileiro D2 de 2023. A confirmação da vaga veio no último sábado (9), quando os representantes da capital gaúcha venceram o Paraná Clube Guardians Saints, pelo placar de 27 a 13, fora de casa. Além disso, o time se garantiu na liderança do grupo B com 3 vitórias e 100% de aproveitamento.

Para chegar a esta marca, os Abóboras também venceram, em sua estreia na competição, o derby estadual contra o Carlos Barbosa Ximangos e, pela segunda partida do torneio, o duelo diante do JEC Gladiators. Em todos os embates, foram jogadores do elenco porto-alegrense que garantiram os prêmios de “Craque do Ataque” e “Craque da Defesa”, definidos pela Confederação Brasileira de Futebol Americano (CBFA), entidade organizadora do Nacional.

Nicolas do Canto, quarterback do Pumpkins eleito o melhor jogador ofensivo da partida em três jogos, se mostrou peça fundamental do esquadrão no Brasileirão D2 de 2023. O camisa 18 do clube gaúcho conversou com o Touchdown no RS acerca da classificação prévia para os playoffs, a preparação para os confrontos, as expectativas para o restante do torneio e o apoio da torcida. Confira o que ele disse:

Touchdown no RS. Qual tu acredita ser o fator principal para o bom desempenho na fase de grupos e a classificação antecipada do Pumpkins ao mata-mata do Brasileirão D2?

Nicolas do Canto. Eu acho que o principal fator é a qualidade técnica da equipe. A gente tem uma mescla de jogadores mais experientes e mais novos, mas todos com os fundamentos do futebol americano bem estruturados e bem trabalhados. O nosso elenco é uma união de outras equipes que foram retomando o projeto do Pumpkins. Essa experiência que cada um teve em seu time, com esse grupo todo junto desde 2020 – mas, com os dois anos de pandemia, apenas desde 2022 praticando -, tem elevado as atribuições técnicas e a qualidade do nosso jogo.

TDRS. Até o momento, qual foi o maior desafio que vocês enfrentaram no Brasileirão D2?

NC. Assim, eu posso dizer que foi o último jogo, até pela questão da viagem. Como o futebol americano é um esporte amador, a gente enfrenta diversas dificuldades em termos de logística, infraestrutura, questões financeiras do time e tudo mais. Então, quando tu pega uma viagem mais longa, em que o custo da viagem é mais caro, também levando em conta o tempo que tu tem que disponibilizar no teu final de semana pra isso, acaba sendo muito difícil conseguir levar o elenco inteiro. Ainda, se atribui a questão das lesões, que sempre acontecem durante a temporada. Uma viagem desgastante e um jogo contra um time superqualificado, como é o Guardian Saints, acabou sendo o nosso principal desafio. Mas sempre encaramos uma coisa de cada vez, pois sabemos que o próximo pode ser cada vez maior e vamos nos preparando pra isso

TDRS. Durante o Brasileirão D2, nós vimos o Pietro Balzano dividindo a função de quarterback contigo em algumas partidas. Como funciona essa transição? O que tu pode me falar sobre essa questão?

NC. Eu tive que realizar uma cirurgia no joelho em fevereiro deste ano por causa de uma lesão que eu tive no ano passado, no jogo contra o Rex. Acabei não operando para conseguir terminar a temporada 2022 e, nas férias, realizei a operação. Depois, tive que começar todo o processo de reabilitação e também buscar minha condição dentro de campo. Nos primeiros treinos do ano, nos primeiros meses, eu estava me fazendo muito mais presente no extracampo do time, me envolvendo na parte tática e não tanto fisicamente. O Pietro estava treinando e ele é um cara que tem muito potencial, que já joga o futebol americano há bastante tempo e tem o entendimento do jogo muito bom. Enquanto eu me reablitava, ele começou o Campeonato Gaúcho e depois, aos poucos, eu fui retomando a minha condição física para poder estar em campo novamente. Hoje, nos ajudamos. Toda semana a gente tem uma reunião entre eu, ele e o Palaver, que é o nosso coordenador ofensivo. Esse grupo vai cada vez mais crescendo tanto tática como tecnicamente

Quarterback Nicolas do Canto acredita que, cada vez mais, o Pumpkins irá evoluir no Nacional – Foto: YK Produções/Divulgação

TDRS. Vocês ainda têm uma partida diante do Carlos Barbosa Ximangos, na fase de grupos. Como está a preparação para essa última rodada e para os playoffs do Brasileirão D2?

NC. Vamos encarar esse último jogo contra o Ximangos como todos os outros jogos. Vamos estudar o adversário, analisar as coberturas, as tendências, os espaços e tentar atacar. Logicamente, já conhecemos um pouco o Ximangos porque já enfrentamos eles duas vezes nesse ano, e conseguimos ganhar os dois jogos. Vamos estudar eles novamente para tentar chegar o mais preparado possível para esse jogo. Além disso, acreditamos que esses jogos das fases classificatórias também servem para ajeitar o time para quando chegarmos nos playoffs estarmos cada vez mais encaixados, tanto como unidade ofensiva, como unidade defensiva, como também o time de uma maneira geral.

TDRS. Muitas pessoas estão classificando o Pumpkins como o melhor time desse Brasileirão D2. Na tua opinião, essa questão pesa para o elenco?

NC. Hoje, eu acho que essa opinião não pesa. Como eu disse, uma das maiores qualidades do Pumpkins é justamente ter um elenco recheado de novos atletas talentosos e também com mais experiência. Isso cria uma casca no time e eu acho que estamos preparados para receber esses elogios. Mas gostaria de salientar que eu não sei se eu considero isso, particularmente. Eu acho que temos muita qualidade e temos conseguido mostrar nosso futebol americano, mas ainda temos muito a evoluir. Existem diversos times com muita qualidade na competição e acreditamos que, se realmente queremos chegar no título, precisamos passar um por um, pensando um passo de cada vez, para depois pensarmos em uma possível final e em um possível título. Precisamos encarar um adversário de cada vez, respeitando, estudando e batendo de frente com cada um. Se formos pensando muito longe, eu acho que o tombo pode ser maior.

TDRS. Como tu define o apoio da torcida? O que ela pode esperar do Pumpkins para o resto do Brasileirão D2?

NC. A torcida do é sensacional. Assim como eu acho que como a maioria das torcidas do futebol americano do Brasil são sensacionais. Se pararmos para pensar, o futebol americano é um esporte conhecido, mas ele não é um esporte difundido no país. Então, a nossa torcida acaba sendo nossos próprios familiares, nossos próprios amigos e todas aquelas pessoas que entendem quando temos que nos ausentar para nos fazermos presente em treinos, jogos, e nos apoiam sem medir esforços.

O que ela pode esperar? O que a gente vem mostrando dentro de campo. Muito mais que um futebol americano de qualidade, é uma entrega. É o nosso 100% de dedicação, de vontade e de interesse. O Pumpkins é justamente isso: se entregar, se doar nos momentos e estar junto com os companheiros, com a comissão técnica, acreditando na unidade. Eu acho que esse é o caminho que vai nos levar à vitória.

Texto: Pedro Pereira

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